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Como as roupas afetam o humor e a forma como nos percebemos?

Por Stephanie Fazio


A autoestima determina os pensamentos, emoções e comportamentos, e as roupas estão totalmente relacionadas a ela. Isso porque os looks expressam os sentimentos e confiança, além de carregarem traços da personalidade de cada um. Mas, se estiver baixa, a autoestima pode desencadear sintomas como falta de amor próprio, falta de confiança, medo de rejeição, entre outros.


Reprodução: Sandra Larson


Em 2012, os especialistas Adam D. Galinsky e Hajo Adam, professores da Escola de Administração Kellogg da Universidade Northwestern (EUA) realizaram um estudo sobre como os trajes “refletem diretamente no nosso humor, saúde e confiança de maneira geral — um fenômeno chamado de cognição indumentária (enclothed cognition, em inglês)”, conforme o portal Pausa Dramática.


A pesquisa foi publicada no Journal of Experimental Social Psychology e revelou que “as roupas podem ter profundas e sistemáticas consequências psicológicas e comportamentais para os seus usuários (...) Quando usamos uma roupa especial, não estamos dando somente impressões a outras pessoas, mas também estamos dando uma impressão a nós mesmos: sentimos o rico tecido em nossos braços que nos permite assumir as características dessa roupa”.


A pesquisa foi inspirada em um episódio do seriado americano “Os Simpsons”. Havia, naquele episódio, um grupo de crianças com uniformes cinzentos. As crianças eram muito calmas por causa dessa cor. Contudo, após uma tempestade, os uniformes ficaram com uma cor mais forte e, assim, o comportamento delas mudou. “A roupa invade o corpo e o cérebro, colocando o usuário em um estado psicológico diferente“, disse Galinsky.


Os experimentos realizados por Galinsky e Adam testaram a capacidade do vestuário em afetar nossos pensamentos. O estudo dividiu participantes em dois grupos, um vestido com um casaco de médico e outro com um de pintor. Voluntários que usaram o jaleco foram melhor nas tarefas, levando à conclusão de que o significado simbólico das roupas pode influenciar as pessoas.



Para Joshua Davis, professor assistente de psicologia em Barnard College, Nova Iorque (EUA), especialista em cognição incorporada, o estudo não explica completamente como isso ocorre, mas sugere que vale a pena explorar várias ideias.


Segundo o professor Karen Pine, autor de “Mind What You Wear: The Psychology of Fashion”, “estamos mais inclinados a usar jeans quando estamos nos sentindo baixos e deprimidos”.


"Dopamine Dressing"


O termo em inglês, cunhado em 2017 pelo jornal britânico "The Guardian", faz referência à dopamina, um neurotransmissor produzido pelo nosso corpo que está associado à sensação de felicidade e prazer. “A ideia da tendência é vestir roupas que farão você se sentir bem e, consequentemente, te deixarão feliz”, segundo o portal Glamour.


Stella McCartney, estilista ícone da moda sustentável, apresentou sua coleção outono/inverno 2021 no final de março. “As peças estão repletas de cores intensas, estampas e volumes — como ela mesma descreveu, ‘extrema’ e bastante diferente da imagem ‘minimalista’ à qual a estilista inglesa ficou associada nos últimos anos”, descreve Carla Lemos, escritora e colunista do portal Universa.


Contudo, enquanto tendência de moda, mesmo estando diretamente associado a cores intensas, brilhos, estampas e volumes, a sensação de felicidade varia de acordo com a individualidade e referências de cada pessoa, informa Carla.


Alguns modelos da coleção outono/inverno 2021 de Stella McCartney/Reprodução: Stella McCartney


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