Fotografias contam a história da Penha
- Stephanie Fazio
- 19 de dez. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de nov. de 2023
Creche CEI Penha visita o local por conta do projeto Culturando com a Escola

por Stephanie Fazio
Professores e crianças da creche CEI Penha passeiam pelas salas do Memorial Penha de França, para conhecer um acervo de 600 fotos antigas. Em seguida, todos se reúnem em um cômodo com vários painéis de imagens e acompanham animados a apresentação do psicólogo José Morelli, que iniciou a conversa com uma música de Vinicius de Moraes: “Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada, ninguém podia entrar nela não, porque na casa não tinha chão…”. O clima descontraído deixa os pequenos familiarizados com o local e curiosos para saber mais sobre as memórias ali guardadas.
A creche que fez o passeio no espaço está envolvida no projeto Culturando com a Escola, que tem por objetivo transmitir mais informações para alunos, que não tinham muito acesso a cultura. O programa foi elaborado pelos professores e pela coordenadora Adriana da Silva, e teve início após pesquisa dos educadores para saber mais sobre as necessidades de aprendizado de cada classe. Os alunos têm em torno de quatro anos e meio, e muitos deles são de países latino-americanos e africanos.
A iniciativa tem acompanhamento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), e conta com fases de pintura, escultura, teatro, fotografia, música, dança e cinema. A coordenadora relata que apesar de alguns alunos serem estrangeiros, todos se comunicam bem, pois o trabalho é feito ludicamente. Muitas palavras que os responsáveis na escola não entendem, os pais ou outras crianças traduzem, realizando uma troca entre eles.
A educadora Luciene Santos conta que, por causa dos dispositivos eletrônicos, as crianças têm pouco contato com as fotografias e com as câmeras antigas, e acabam apresentando muitas dúvidas. Por isso antes da visita, que encerrou a parte de fotografia do programa, houve um preparo para que os alunos se habituassem com o tema. “Vimos vários tipos de máquinas e eles já identificaram porque têm câmeras parecidas com as que mostramos, as fotos em preto e branco eles já conseguem reconhecer, porque nós trabalhamos isso antes em sala de aula”, relata o professor Manoel Farias.
Farias afirma que a intenção do projeto é explorar o território que as crianças estão e suprir a falta de acesso às culturas do bairro. Assim, o memorial preserva a história e proporciona a difusão de informações da região, que antes era isolada e pouco conhecida, segundo o professor de história da arte e fotografia, atual curador do espaço, Francisco Folco.
O local atrai visitas de estudantes de história, sociologia, turismo, entre outras áreas. Nele acontecem cursos de fotografia e história da arte, além de oficinas, exposições e saraus.
Essa iniciativa foi possível graças a Folco, que cedeu o imóvel de sua família, hoje patrimônio tombado.
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