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A Rainha do Soul: Aretha Franklin


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Foto: Courtesy Everett Collection


Há três anos o mundo da música parou ao receber a triste notícia de que Aretha Franklin, uma das maiores vozes da música, havia morrido em decorrência de um câncer no pâncreas.


Em sua homenagem, que tal relembrar um pouco da trajetória da Rainha do Soul?



A voz de um milhão de dólares


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Foto: the atlantic


Nascida em Memphis, Tennessee, no dia 25 de março de 1942, Aretha Louise Franklin perdeu a mãe, Barbara Siggers, quando tinha apenas dez anos, sendo criada por seu pai, Clarence LaVaughn “C. L.” Franklin.


Ainda nova, foi incentivada por seu pai a entrar no mundo da música e aos dez anos começou a cantar na igreja em que ele. era reverendo, lugar que se tornou uma escola para a cantora no início de sua carreira. Em seu documentário "Aretha Franklin: Queen of soul" (1988), Aretha conta que a partir da popularidade de seu pai, ainda quando criança teve contato com várias estrelas da música americana que influenciaram na sua vida e carreira, como Sam Cooke, Jackie Wilson e Oscar Peterson.


Com apenas 12 anos, engravidou de seu primeiro filho, Clarence Franklin, tendo uma segunda gravidez dois anos mais tarde, em que deu à luz, em 1957, a Edward Franklin. Mesmo com as gestações precoces, Aretha não parou o seu sonho na música.


Enquanto impressionava as pessoas com sua “voz de um milhão de dólares” durante suas apresentações gospels, a cantora aprendeu a tocar piano e começou a realizar pequenos shows em viagens que fazia pelos cultos itinerantes da igreja. Ela conta em seu documentário de 1988 que através dessas apresentações conseguiu cantar em diferentes lugares, chegando a conhecer grandes nomes da música gospel e do pop da época como Fats Domino, Bobby Bland.


Ainda aos 14 anos Aretha lançou o seu primeiro álbum intitulado “Songs of Fait” (1956). No entanto, durante a década de 1960, decidiu transitar do estilo gospel para o pop, assinando contrato com a gravadora Columbia Records. Entre 1961 e 1966, ela lançou nove álbuns pela gravadora, entre eles: Aretha (1961), Laughing on the Outside (1963), Runnin' Out of Fools (1964) e Soul Sister (1966), porém nenhum com muito sucesso.


Em 1967, Franklin fechou contrato com uma nova gravadora, a Atlantic, onde finalmente ingressou no estilo soul e R&B. No mesmo ano, emplacou o seu primeiro single: “I Never Loved a Man (The Way I Love You)”.



R-e-s-p-e-c-t: um marco feminista


Em abril de 1967, Aretha lançou sua versão da música “Respect”, que originalmente era do cantor e compositor Otis Redding. Com a nova interpretação da música, ela se mostrou uma artista além do seu tempo. Com mudanças na letra e nos vocais, a canção logo se transformou em sua marca e, em um hino dos movimentos feministas e dos direitos civis. A música, que na versão de Redding continha mensagens extremamente sexistas, agora falava sobre a liberdade da mulher e como todos merecemos respeito.

"Todos requeremos e queremos respeito, homens ou mulheres, brancos ou negros. É o nosso direito humano básico". - Aretha Franklin

“Respect” de Aretha atingiu a primeira posição nas paradas de R&B e sendo considerada uma das melhores músicas da época. Em 2004, foi considerada, pela Rolling Stone, como a quinta melhor canção de todos os tempos.


Respect de Otis Redding:

"Hey, little girl, you are sweeter than honey / And I'm about to give you all my money / But all I want you to do / Is just give it, give it / Respect when I come home, hey hey now / Hey hey hey, yeah now." | Tradução: "Ei, garota, você é mais doce que mel / E estou a ponto de te dar todo meu dinheiro / E tudo que eu te peço é que você me dê / Respeito quando chego em casa"


Respect de Aretha Franklin:

"Hey baby (just a little bit) when you get home/ (Just a little bit) mister (just a little bit)/ I ain't gonna do you wrong while you're gone/ Ain't gonna do you wrong, 'cause I don't wanna/ All I'm askin'/ Is for a little respect when you come home (just a little bit)." | Tradução: "Ei, meu bem (só um pouquinho) quando chegar em casa/(Só um pouquinho) senhor (só um pouquinho)/ Eu não vou cometer o mesmo erro que você quando você tiver fora/ Eu não vou cometer o mesmo erro que você, porque não quero/Tudo que estou pedindo/É um pouco de respeito quando você vier pra casa (só um pouquinho)."


O legado da Rainha do Soul


Considerada uma pioneira na luta pelo feminismo e intitulada a Rainha do Soul, Franklin foi a primeira mulher a ser inserida no Rock and Roll Hall of Fame, além de ser uma das cantoras mais premiadas pelo Grammy, tendo 18 prêmios, oito deles consecutivos entre 1968 e 1975, e três honorários.


Se hoje temos vozes e músicas poderosas foi porque Aretha abriu a passagem através de sua presença, voz e mensagens atemporais, que representam lutas sociais até os dias de hoje. Sua influência no mundo da música também é inegável, Franklin deixou o seu legado e se tornou inspiração para grandes artistas da atualidade como Jennifer Hudson, Mary J. Blige, Mariah Carey e Beyoncé.


Um tributo

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Foto: Vagalume


Esse é apenas um pequeno resumo da vida da garota de Memphis, filha de reverendo que marcou o mundo da música, conquistou uma legião de fãs e se tornou ninguém menos do que a Rainha do Soul. Aretha foi mais que uma simples cantora, ela revolucionou a música com o poder da sua voz e sua originalidade, influenciando várias gerações. Falou sobre assunto importantes e atemporais, sendo considerada uma das personagens pioneiras do feminismo. Se tornou uma grande inspiração para inúmeras mulheres, quando as letras de suas músicas nos despertaram e relembraram sobre os direitos das mulheres e até onde poderíamos chegar.


Recordar que hoje fazem três anos que o mundo está de luto por uma das artistas mais incríveis que já pisaram na terra é um sentimento indescritível, por isso tudo o que eu tenho a dizer é: Obrigada, Aretha Franklin!



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