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Brilhante, má e um pouco louca: Cruella De Vil

A vilã de 101 dálmatas ganhou um filme de origem e por isso vamos dar alguns passos para trás e fazer uma retrospectiva da personagem.


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Reprodução: "101 Dálmatas" Disney/ divulgação Disney


Cruella cruel... Cruella cruel


Apesar de sua primeira aparição ter sido no livro “101 dálmatas” (1956) escrito por Dodie Smith, Cruella De Vil é mais reconhecida como a icônica vilã do filme de animação da Disney também chamado de “101 Dálmatas” (1961). A personagem é marcada pelo seu fascínio por moda, principalmente por casacos de pele, e seus traços sociopatas.


A animação já planta a ideia da insanidade e maldade presente na personagem antes mesmo de sua primeira cena. Quando na casa de Anita e Roger, uma amiga dos tempos de escola e seu marido, é cantada a emblemática canção “Cruella cruel” que acompanha a sua chegada à história.


A trama se movimenta a partir da sua obsessão em conseguir os filhotes de Perdita e Pongo, os dálmatas de Anita e Roger, para poder transformá-los em um casaco com pele. Cruella decide comprá-los, mas quando a família nega a compra dos cachorros, a vilã parte em um plano doentio junto com seus capangas, Horácio e Jasper, para conseguir sequestrar os 15 filhotes, enquanto mantém outros 84 em sua mansão.



O império da “Casa dos De Vil”


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Reprodução: "101 dálmatas"- Disney


No live action de 1996, Cruella (Glenn Close) é uma mulher de negócios bem sucedida que possui sua própria confecção de design de moda, a “Casa dos De Vil” (House of De Vil), mas ainda mantém sua frieza e crueldade.


Nessa adaptação, apesar do enredo principal com o roubo dos cachorros continuar, temos algumas mudanças na trama. Anita (Joely Richardson) agora é uma de suas estilistas, além de ser a responsável pelo desenho do casaco com a estampa inspirada em dálmatas, que fez Cruella ficar obcecada com ideia de usar os animais para confeccionar a peça. A vilã também tem um novo cúmplice, o Sr. Skinner (John Shrapnel), responsável por tirar a pele dos animais que compra ou rouba, como no caso do tigre que ela havia roubado do zoológico e transformado em um tapete para a sua sala.


Apesar de não se aprofundar, “101 dálmatas” (1996) incorpora na história o uso de pele de animais para a criação de roupas em indústrias de alta costura.



Cruella: a origem


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Reprodução: Divulgação Disney


Em “Cruella” (2021), temos o nascimento da personagem. Já no início, descobrimos que seu nome de batismo na realidade é Stella, uma informação que pode parecer sem muita relevância a princípio, mas que marca o seu conflito interno em aceitar seu jeito malvado como conhecemos.


Na primeira parte do longa, vemos Stella (Emma Stone) como uma menina excêntrica que, pelos pedidos da mãe, tenta se encaixar e se comportar conforme os padrões esperados, mas que ao mesmo tempo não consegue maquiar sua genialidade diabólica para isso. Por conta de seus atos, considerados “rebeldes” para os comportamentos tradicionais que lhe foram impostos, a protagonista e sua mãe são obrigadas a irem a Londres, onde a história irá se ambientar pelo restante da trama.


São introduzidos os capangas Jasper (Joel Fry) e Horácio (Paul Walter Hauser), que nesse filme acabam se tornando uma espécie de família para Stella/Cruella, a ajudando a lidar com a perda e a sobreviver enquanto crescem na cidade inglesa, dando início à vida de crime. Conforme o filme avança, vemos o início da sua trajetória no mundo da moda com um acúmulo de decepções e quebras de expectativas para a personagem. Porém, é quando ela é contratada pela importante designer Baronesa Von Hellman (Emma Thompson) que vemos Cruella tomar vida e começar a se tornar a vilã que conhecemos.



Cruella além de vilã também se mostra uma personagem forte que luta contra aquilo que lhe foi imposto e faz suas próprias regras. O filme pode até trazer uma humanização na personagem, porém sem querer torná-la ‘a mocinha não compreendida’ e sim deixar a sua maldade mais crível e gradativa, ao invés de algo caricato como mostrado nos filmes anteriores.


A obra mostra as nuances, os dilemas e a tentativa de Cruella em reprimir sua perversidade, até que consiga abraçar sua sociopatia e se aceitar como realmente é: cruel e insana. O longa ainda tenta dar algumas justificativas para a sua maldade, mas também deixa claro que esse é apenas o começo para sua trajetória de vilania.


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